TETELESTAI
"... havendo riscado o escrito de
dívida, que era contra nós nas suas ordenanças, o qual de alguma maneira nos
era contrário, e o tirou do meio de nós, cravando-o na cruz..." Cl 2. 14.
"TETELESTAI" é uma
expressão grega que pode ser traduzida como "está consumado",
"totalmente pago" ou "dívida cancelada". No século I,
quando um criminoso era preso, seus delitos eram registrados em um papiro
conhecido como "cédula de dívida" ou "escrito de dívida".
Ao cumprir a pena e chegando a ocasião de sua liberdade, o juiz responsável
pela soltura do condenado, riscava a cédula, especialmente na parte onde os
crimes estavam apontados, e, no rodapé, escrevia TETELESTAI. Pronto! O
indivíduo não devia mais nada à justiça. Estava livre da condenação e, agora,
poderia desfrutar da paz e da liberdade.
O apóstolo Paulo se apropria desta
figura jurídica para nos transmitir a profundidade do alcance da obra redentora
de Cristo, pois, como pecadores que somos, também há contra nós uma “cédula de
dívida”, a saber, uma série de transgressões cometidas ao longo da vida. Esta
cédula constitui-se em um poderoso instrumento de acusação. Ela nos silencia,
nos humilha, pois não há como contradizê-la; não há como negá-la. Nela se
registram todas as nossas maldades, todas as nossas mentiras, toda perversidade
que praticamos. Ela aponta para a destruição dos que ali constam (Ap 20. 12).
Entretanto, o apóstolo Paulo declara
que Cristo “riscou o escrito de dívida, tirando-o do meio de nós, cravando-o na
cruz”. Ou seja, Jesus Cristo com sua morte vicária (substitutiva), pagou a
dívida que tínhamos para com Deus. Vale a pena lembrar que na cruz do Calvário,
segundo o Evangelho de João (19. 30), Cristo declarou “Está consumado!”
(TETELESTAI), sendo, inclusive, sua derradeira palavra.
Consumado! Totalmente pago! Esta é a
nossa verdadeira situação em Cristo no que consiste a satisfação da justiça
divina. Não importa o que tenhamos feito. Não importa a extensão e a gravidade
do nosso pecado. Em Cristo Jesus “nenhuma condenação há” (Rm 8.1).
Portanto, quando lembranças ruins de
um passado distante ou recente surgirem e nos sentirmos culpados e ameaçados em
nossa paz, basta lembrarmos o que Cristo fez por nós. Trazermos à memória a sua
última palavra proferida a nosso respeito: TETELESTAI! Todos os nossos pecados
foram perdoados pelo precioso sangue do Senhor Jesus Cristo! Sangue este que
riscou a cédula que nos era contrária, nos livrando da condenação de uma vez
por todas! De uma vez para sempre!
É comum encontrarmos cristãos
inseguros quanto ao fato de não se sentirem plenamente perdoados por Deus.
Alguns têm a impressão de que precisam orar mais uma vez para, quem sabe, serem
realmente perdoados pelo Senhor. Porém, as Escrituras Sagradas não nos orientam
a “sentir o perdão” de Deus e, sim a crer que, em Cristo, Ele já nos perdoou.
Portanto, não é uma questão de sentimento, mas sim de fé na pessoa de Jesus
Cristo e na eficácia da obra que Ele realizou.
Outra questão que também atormenta
alguns irmãos é o receio de que, dependendo do que fizeram no passado, estes
precisam “quebrar alguma maldição” ou “anular algum pacto”, pois, do contrário,
sempre estarão sujeitos a alguma investida de satanás e poderão ter algum tipo
de influência maligna em suas vidas. Assim, para tais, a qualquer momento, o
diabo poderá vir “cobrar a fatura” sendo, portanto, necessário participar de
algum culto ou corrente de libertação.
Esta prática, embora comum,
principalmente em comunidades neopentecostais, é estranha ao ensino das
Escrituras Sagradas. Paulo, afirma que a dívida foi cancelada, além disso, no
versículo 15 do capítulo 2 da carta aos Colossenses, o apóstolo insiste que
“tendo despojado os principados e as potestades, os expôs publicamente ao
desprezo, e deles triunfou na cruz...”
Se no versículo 14, Paulo utiliza uma
cena jurídica, como já dissemos acima, neste ele usa uma realidade militar
bastante conhecida na época, pois quando duas nações entravam em guerra, era
comum o exército vencedor trazer ao seu território o exército vencido e, numa
cerimônia pública, os soldados derrotados tinham suas roupas e demais pertences
retirados até ficarem completamente nus.
Este despojamento tinha o objetivo de
humilhar o inimigo derrotado, demonstrando que estava totalmente subjugado. É
exatamente isto que Paulo está ensinando aos crentes de Colossos! Cristo
derrotou e humilhou o diabo, despojando-o de toda e qualquer autoridade que
tinha para nos acusar, tentar e prejudicar. Cristo fez dos seus inimigos, o
“estrado de seus pés” (Ef 1. 20-22). Não precisamos temer o diabo. Ele está
derrotado, despojado e humilhado pelo Senhor Jesus Cristo. A dívida está paga!
TETELESTAI!
Todos os nossos pecados foram
perdoados! Que coisa boa! Todas as nossas maldições foram levadas à cruz e ali
aniquiladas (Isaias 53). Que maravilha! Estamos livres! Livres para viver a
plenitude da vida de Cristo.
A Ele, e somente a Ele, seja o
louvor, e a honra, e a glória, e o poder para todo o sempre!
Amém! E amém!
Soli Deo Gloria!
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TODOS(AS) QUE VOCÊ CONHECE. OBRIGADO.
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